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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Portugal ainda significa futuro para os jovens estrangeiros

Centenas de alunos queriam vir para Portugal aprender a língua de Camões mas só 45 conseguiram vaga
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    Não sabem a língua, mas estão dispostos a aprender. Conhecem pouco do país, mas ponderam ficar por cá. Estes são os principais desejos de 45 alunos de Erasmus que chegaram há menos de um mês a Portugal. Entre os 19 e os 23 anos, representam 21 países europeus diferentes. Da Espanha à Turquia, da Dinamarca à Grécia, a variedade de nacionalidades é imensa, mas a curiosidade pelo nosso país juntou-os nesta aventura. "Adoro a desordem de Lisboa. Quer dizer, a cidade tem ordem. Está tudo muito bem coordenado, mas ao mesmo tempo parece um caos" disse ao i David Vallina, estudante espanhol do programa Erasmus. "O que me decidiu a vir para cá é que, embora Portugal fique ao lado de Espanha, não sabemos nada do vosso país. Quer dizer, claro que existem coisas que eu já conhecia, como o fado, o bacalhau, o futebol e até o poeta Fernando Pessoa, mas o país em si, as pessoas, a cultura, isso não", afirma o madrileno David. O estudante norueguês Balder também conta ao i que de Portugal sabia pouco. "Apenas conhecia o futebol e os vossos problemas financeiros", refere o aluno. Economias à parte, o que realmente agrada a todos os estudantes estrangeiros é o clima português. Francisco Rodríguez afirma sem dúvidas que a praia do Guincho é o seu sítio preferido. Já Carla, aluna italiana, diz que, "embora o clima seja parecido com o de Itália", do que gosta mesmo é de Lisboa. "É uma cidade lindíssima." Kairit, aluna da Estónia, discorda e confessa que "gostava de conhecer o Porto".

    Os alunos de Erasmus, acompanhados quase sempre pelo dicionário de português, sentem dificuldades em aprender a nossa língua. A maioria fala inglês para conseguir comunicar, mas o espanhol David Vallina diz que a "hospitalidade" e a "simpatia" dos portugueses o surpreendeu. "Gosto imenso das pessoas daqui. São todos muito humildes, admiro isso. Portugal é uma nação enorme mas os portugueses não o mostram lá fora. Se conseguir um emprego, fico cá. Aliás, gostava de viver numa cidade do Interior, de viver como um português." Se ficar em Portugal é o objectivo do jovem David, já alguns dos colegas admitem que é outro país com língua portuguesa que faz parte dos seus planos. "Gostava de tirar Farmácia no Brasil", admite a italiana Carla. "E eu Engenharia" diz Balder, o norueguês.

    Uma pergunta pertinente e que de certeza o leitor também já fez a si próprio é como é 45 pessoas dos mais diversos países conseguem sobreviver nos primeiros dias num país novo, sem conhecer nada, e ainda por cima sem perceber a língua. O segredo deste mistério é simples; na verdade, o ISCSP disponibilizou nove monitores para ajudar os estudantes estrangeiros a adaptarem-se e a integrarem-se. "Tirar o passe, pedir um café ou mesmo arranjar um cartão para o telemóvel. São tudo tarefas simples para nós, mas para eles que não conhecem a língua nem o país é um verdadeiro desafio", diz ao i a professora Alice Trindade, coordenadora do curso de Português. Como tal, os monitores que também são estudantes na UTL ajudam os alunos de Erasmus nos mais variados problemas. Todas as terças e quintas-feiras à tarde, durante cerca de duas horas, num ambiente informal e descontraído, os monitores reúnem-se com os estudantes e trocam ideias, esclarecem dúvidas e partilham histórias. "O mais importante na intervenção dos monitores é a socialização. Os monitores são orientados para dirigir o diálogo cada vez mais em português", refere ainda Alice Trindade. Além das questões imprescindíveis e de rotina, os monitores também lhes dão a conhecer a oferta mais atractiva existente na zona lisboeta e explicam-lhes como podem usufruir dela autonomamente durante a sua estada em Portugal. "Onde é aqui que se pode fazer kart?" pergunta o estudante espanhol Francisco Rodríguez. Já entre as meninas a curiosidade incide noutras questões, como onde podem ir às compras, à praia ou até sair à noite. Em mesas repletas de mapas da capital, os estudantes estrangeiros querem conhecer tudo. "Podemos ir a museus à noite? Quais?", ouve-se numa das mesas. "E surf? Qual é o melhor sítio para se fazer?", ouve-se noutra.

    Mas se à tarde é para descontrair, de manhã a conversa é outra. Todos os dias os estudantes têm aulas, não só de Língua Portuguesa, mas também de História e Cultura de Portugal. Entre a apresentação de powerpoints a resumir as datas mais marcantes do passado do nosso país, o visionamento de pequenos documentários sobre o 25 de Abril, a audição da música "Grândola, Vila Morena" e a passagem de imagens da Expo 98 e do Euro 2004. Todas as tácticas de ensino são usadas para cativar os estudantes a conhecer o nosso país em todas as suas vertentes.
     
    O que os estudantes europeus preferem em Portugal são as pessoas e o clima


    http://www.ionline.pt/conteudo/144881-portugal-ainda-significa-futuro-os-jovens-estrangeiros

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