Alsace et Bastille

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O FMI chegou ao imobiliário


O contexto económico alterou-se e Paulo Fernandes não cruzou os braços. Reaproveitou conceitos outrora secundarizados e deixou que o FMI batesse à porta de quem quer casa. É o pacote Anti-Crise da Troika imobiliária.
Paulo Fernandes é fascinado pelo mundo da habitação desde que se lembra de ser gente. "Tudo começou com o meu pai, que sempre se dedicou à construção civil." Nasceu, cresceu e fez-se homem entre cimento, tijolos e azulejos.

Foi na faculdade que a oportunidade de entrar no sector surgiu. Enquanto folheava um jornal, viu um anúncio de recrutamento para comerciais imobiliários ao qual respondeu. Experimentou, teve sucesso e, três meses depois, estava a gerir uma loja de uma imobiliária que, sozinha, transaccionava mais de cinco milhões de euros por mês. "Daí a ter a minha própria imobiliária foram dois meses." Em Novembro de 1998, nascia a Fitamétrica.

A crise financeira mundial rebentou em 2008 e, desde então, a crise económica que o país atravessa parece longe de culminar. O FMI (Fundo Monetário Internacional) foi uma das organizações que veio impor a ordem por cá e a Fitamétrica aproveitou a deixa para lançar o Facilitador de Mediação Imobiliária (FMI), um pacote Anti-Crise, cujo objectivo é responder às novas necessidades dos clientes. "O mercado imobiliário tem que se reinventar, através da instrumentalização de novas formas de comercialização: a permuta, os imóveis de investimento, o arrendamento simples ou com opção de compra, os contratos de longa duração, a gestão de imóveis em arrendamento, os imóveis 100% financiados, entre outros."

Em Junho passado, surgiu um conjunto de serviços que pretende afastar a crise. O "Comprar imóveis" permite o acesso a permutas, financiamento a 100%, arrendamento com opção de compra, a contratos- -promessa de compra e venda de longa duração e a imóveis exclusivos. Com o "Vender Imóveis", o vendedor percebe o número de potenciais clientes compradores que tem na base de dados da rede, de acordo com as características da sua casa. "Arrendar Imóveis" integra a gestão do mesmo, arrendamento com opção de compra, arrendamento temporário, específico para férias e dos imóveis exclusivos. As permutas abrangem as casas exclusivas, enquanto que o serviço "100% financiados" permite o financiamento total e o arrendamento com opção de compra, inclusive dos edifícios exclusivos. Por último, a "Gestão de Imóveis" também fica a cargo do FMI.

"Em termos comerciais, ainda é cedo para definir quais os resultados obtidos pelo pacote, porque foi lançada apenas há três meses", diz Paulo Fernandes. Contudo, o director explica que a dinâmica das lojas, clientes e da própria comunicação social tem superado grandemente as primeiras expectativas. O fluxo de pessoas que tem procurado a rede tem sido "muito interessante".

"Alguns destes serviços, como os imóveis 100% financiados, os contratos-promessa de compra e venda de longa duração e o arrendamento com ou sem opção de compra representam hoje uma fatia significativa das nossas transacções imobiliárias." Por outro lado, também começam a ter muitos pedidos de clientes que pretendem realizar uma permuta imobiliária, quando no ano passado esta procura era quase nula. "Apesar de ainda ser cedo, este pacote pode já ser considerado um sucesso."

Urgente repensar o mercado imobiliário
A ideia de criar um FMI para o universo imobiliário surgiu no dia-a-dia, no contacto com os clientes e de uma análise ao mercado. "É necessário adequar as soluções imobiliárias às necessidades dos nossos clientes." Paulo Fernandes diz estar "constantemente" a antecipar o mercado. O pacote Anti-Crise foi apenas um exemplo da necessidade de inovar da empresa, tendo lançado recentemente um produto que, segundo Paulo Fernandes, vai servir um mercado em explosão nos próximos anos: a Gestão de Arrendamentos.

"Com a crescente subida dos níveis de endividamento do Estado, famílias e empresas, torna-se urgente repensar o modelo em uso pelo mercado imobiliário." A Fitamétrica tem vindo a apostar em alternativas à tradicional compra e venda de habitação, tendo como opções soluções que até então eram secundarizadas e desaproveitadas, para satisfazer novos nichos de mercado e as novas tendências. "Nem todos podem comprar casa hoje, mas muitos podem atingir esse objectivo com o recurso a novas (ou renovadas) ferramentas." Objectivo: minimizar e controlar o risco, controlando as condições necessárias ao sucesso de cada investimento.

Se a mediação imobiliária atravessa um processo de reestruturação e mudança, é neste contexto que têm de ser cridas as condições para dar a volta por cima. "Temos que ser resilientes e criativos, procurando na solidez das soluções e transparência dos procedimentos os ingredientes essenciais para que a confiança regresse", afirma Paulo Fernandes.

O director da Fitamétrica acredita que só vão sobreviver os mais capazes e que se irá assistir a movimentos de consolidação e fusão de redes imobiliárias, diminuindo a concorrência e aumentando o nível de exigência e competitividade.


Bilhete de identidade

Nome Paulo Fernandes
Cargo Director Executivo
Área de actividade mediação imobiliária, gestão e exploração de franquias
Início de actividade Novembro 1998
Número de colaboradores 9
Investimento inicial 5 mil euros
Facturação 2010 5,8 milhões de euros (global da rede e da Netfran)



Era uma vez um vidro partido
Aos 10 anos, Paulo Fernandes partiu um vidro de uma lavandaria enquanto brincava com os amigos nas férias. Como castigo, o pai obrigou-o a trabalhar no negócio da família: construção civil. A partir daí, todas as férias foram passadas a trabalhar com o pai, com quem aprendeu os valores que devem nortear uma empresa: responsabilidade, objectivos, profissionalismo e rigor. Sabia que tinha de ter o seu negócio e hoje trabalham mais de 250 pessoas sobre um sonho.


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