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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Cristina Pissarro - "... quando eu tinha 15 anos, o meu pai faleceu com um tumor cerebral ..."



DA FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD PARA O CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO
Chama-se Cristina Pissarro, tem 32 anos é a coordenadora do Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo. De sorriso franco e aberto veio da Fundação Champalimaud para, com sentido de missão, “poder acompanhar os doentes nas diferentes fases” de uma doença que, de tão cruel, obriga a um acompanhamento mais humanizado. Foi a vertente humana da oncologia que a fezMUDAR DE VIDA: de Lisboa para Torres Novas.

Mas vamos ao princípio… “A escolha da medicina, e em específico da especialidade de oncologia tem a ver com um aspeto muito pessoal, quando eu tinha 15 anos, o meu pai faleceu com um tumor cerebral e nessa altura estive bastante envolvida no acompanhamento ao meu pai”, conta Cristina Pissarro.
Posteriormente, quando foi altura de escolher a especialidade essa experiencia pessoal fê-la ir à procura de como seria oTRABALHOnuma área tão difícil: “como estava consciente de que era uma área bastante delicada e difícil, não só para os doentes mas também para os profissionais envolvidos, fiz um estágio voluntário no IPO de Coimbra, durante cerca de dois meses, e fiquei fascinada com o contacto humano que se estabelecia com os doentes oncológicos e decidi abraçar a oncologia como uma missão”.
E é esse sentido de missão e a ligação privilegiada aos doentes que a trazem para o Centro Hospitalar do Médio Tejo.
“Estabelece-se uma ligação humana com os doentes que é completamente diferente de qualquer outra especialidade. Os doentes acabam por ser a nossa família e nós acabamos por ser um familiar deles. Emocionalmente é muito desgastante e acabamos por viver não só as vitórias dos doentes mas também os momentos mais tristes, mas do ponto de vista humano é uma área muito bonita.”
“Os doentes procuram a cura mas o que eles realmente precisam é de alguém que os acompanhe durante o percurso da doença. Podem ser poucos os doentes que eu consigo curar, mas se calhar quase todos consigo ajudar, ao acompanhar no percurso da doença”, refere Cristina Pissarro.

Da Fundação Champalimaud para o Médio Tejo
O convite para a Fundação Champalimaud surgiu devido ao seu currículo na área dos cuidados paliativos, onde trabalhou no Canadá. “Por não existirem muitos profissionais com formação avançada na área dos cuidados paliativos em Portugal, acabaram por me fazer esse convite, não só como oncologista mas por associar também esta vertente dos cuidados paliativos”.
TRABALHARna Fundação Champalimaud foi um “privilégio e uma honra. Foi um grande desafio. Contudo, ao fim de seis, sete meses, comecei a aperceber-me que oTRABALHO clínico que desenvolvia na Fundação, não estava bem adequado ao meu perfil de médica, ao trabalho que eu achava que seria gratificante em termos pessoais”.
Apesar de a Fundação ter um departamento de ciência básica e de investigação bastante desenvolvidas, na área sobretudo da oncologia e das neurociências, a parte clínica era diferente da que estava habituada no IPO de Coimbra.
“Por ser uma instituição que recebe muitas consultas de segunda opinião, 80% do meu trabalho na Fundação como oncologista era um trabalho de emissão de 2ª opinião, ou seja eu acabava por não tratar doentes, por não acompanhar os doentes. Não tinha o feedback de um tratamento e isso acabou por ser pouco frustrante, desse ponto de vista”.
Cristina Pissarro queria ”estar no terreno e ser uma oncologista que aplica os seus tratamentos, faz a abordagem da doença desde o início e acompanha o doente ao longo das várias fases”.
E foi este o motivo que a fez aceitar o convite para o Centro Hospitalar do Médio Tejo. “Aceitei o convite da diretora Clínica do Centro Hospitalar do Médio Tejo que me lançou o desafio de organizar e estruturar praticamente de raiz o serviço de oncologia deste hospital que estava com dificuldades de recursos humanos e organização estrutural”.
Os receios iniciais e as diferenças entre o IPO e a Fundação e a sua nova casa, o CHMT, não a impediram de dizer sim. “Tive muito medo, porque estava consciente que o Centro Hospitalar seria diferente da Fundação e do IPO, não teria os mesmos recursos e tive bastante medo de vir para cá, de não ter condições e sentir-me limitada, mas acabei por aceitar o desafio e aqui estou.”

“E está a correr muito bem.”
Cristina Pissarro diz estar “muito satisfeita e muito realizada”, pois coloca ao serviço dos doentes do Centro Hospitalar do Médio Tejo “todos os conhecimentos e contactos que fui desenvolvendo no IPO e na Fundação”.
Para além de que é uma mais valia permitir que estes doentes fiquem próximos de suas casas, possam fazer os tratamentos e ter o acompanhamento, quer em termos de controlo da dor ou quaisquer complicações que surjam decorrentes da sua doença, sem terem de se deslocar para fora da sua área de residência.
“É bastante gratificante porque isso veio trazer mais qualidade de vida aos doentes, porque a maior parte dos doentes acabavam por ir para Coimbra ou Lisboa e são distâncias muito grandes para doentes que estão fragilizados”, afirma a coordenadora do Hospital de Dia de Oncologia.
“Sinto que estou a fazer um bom trabalho com os nossos doentes, apesar de ninguém ser bom juiz em causa própria, sinto o reconhecimento por parte deles, da equipa e dos outros colegas aqui do Hospital”.
O Hospital de Dia de Oncologia saiu reforçado com esta contratação até porque é completamente diferente “estar um médico a tempo inteiro no serviço, como está atualmente”.

Novo projeto – Sessões Clínicas de Oncologia
O projeto está neste momento em desenvolvimento e irá entrar em vigor, numa fase experimental já em outubro, em articulação com o serviço de cirurgia.
Trata-se de sessões de debate subordinadas a diversos temas da oncologia que se dirigem sobretudo a médicos de diversas áreas de especialidade do CHMT mas onde também são convidados a participar enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais que tenham interesse nos cuidados prestados ao doente oncológico.
O objetivo é promover a sensibilização dos diversos profissionais para a oncologia, atualizar as práticas médicas nesta área com base em ‘guidelines’ oncológicas internacionais e nacionais, promover a implementação de protocolos de atuação que melhorem os cuidados ao doente oncológico no CHMT e promover o debate, o diálogo, o esclarecimento das dúvidas mais frequentes no dia-a-dia no que concerne a esta área, estimulando oTRABALHO em equipa multidisciplinar e interprofissional.
Depois da fase experimental, em articulação com a cirurgia, pretende-se alargar estas sessões a outras especialidades.

De Lisboa para Torres Novas
“Onde nós nos sentimos bem é a nossa casa. Como me sinto feliz com o trabalho que estou a fazer, sinto-me realizada, sinto-me bem também aqui. Gosto bastante de viver aqui nesta região, é uma zona muito bonita. Em termos familiares e de amigos eu obrigo os meus amigos a virem cá visitar-me, organizamos visitas guiadas a esta região e fazemos passeios para conhecermos o Médio Tejo.” Cristina Pissarro – Coordenadora do Hospital de Dia de Oncologia, do CHMT.

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