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sexta-feira, 9 de março de 2018

Tesourinho de Portugal "Passos. É preciso não ter um pingo de vergonha na cara"

não parecer real. E o mais ridículo é que nem precisava de ter entrado por aí. Bastava-lhe ter dito que a ida de Maria Luís Albuquerque para a Arrow era legal, que a senhora ainda está em condições para um dia liderar o PSD ou governar e que gosta muito dela. E não dizia mais nada. Fazia o seu papel, a malta do partido ficava toda contente com a vinda a terreiro para defender a pseudo-Margaret Thatcher e ficava bem na fotografia da imprensa tutelada pelo ministério da propaganda.
Mas Passos tem esse problema com a honestidade, mesmo quando as câmaras estão por perto. Falar sem rede não é com este deputado. Chegava defender e elogiar a amiga? Chegava, mas não era a mesma coisa. Então recorre-se à mentira fácil, daquelas de perna muito curta, pouco importa. Quem se presta ao papel de engolir engole mesmo qualquer coisa. Disse o ex-primeiro-ministro:
Foi convidada para uma empresa que não atua diretamente sequer em Portugal, não negoceia com bancos em Portugal. Há outras empresas que o fazem e o fizeram, mas a doutora Maria Luís Albuquerque não está a trabalhar com essas empresas: está a trabalhar com uma empresa cotada em Londres e não intervêm diretamente no mercado português.
Portanto a Arrow Global, que contratou Albuquerque, “não atua directamente” ou tampouco “negoceia com bancos em Portugal”. Isso são outras diz ele. Mas, apesar de ser público que a nova empregadora da sua ex-ministra comprou e vendeu créditos do Banif, Passos não desarma. O Jornal de Negócios, certamente ao serviço das redes tentaculares leais a esquerda radical, desmente categoricamente Passos Coelho:
Compra dívida a bancos e empresas para, depois, negociá-la. Fez negócios com o Banif. E adquiriu uma empresa portuguesa do Lehman Brothers. O seu negócio torna-a numa das grandes litigantes nos tribunais portugueses.
No mesmo dia em que anunciou a contratação de Maria Luís Albuquerque como administradora não executiva, a Arrow Global anunciou resultados. “2015 foi outro ano de recordes e outro ano em que cumprimos os objectivos”, diz a empresa. Para isso, contribuiu o investimento em Portugal. Um investimento que envolve Banif, Lehman Brothers e encheu os tribunais com cobranças de dívida.
(…) Gestora britânica investe no crédito malparado em Portugal”, foi uma notícia dada a 1 de Abril de 2015. Foi nesse dia que a Arrow anunciou a compra da Whitestar, uma empresa criada em 2005 pelo Lehman Brothers para agregar o crédito em incumprimento (ou em risco de incumprimento) em Portugal.
(…) Um dos bancos foi o Banif. Como o Expresso começou por notar, no relatório de gestão e contas de 2014, o Banif anunciava ter assinado “contratos de compra e venda de créditos compostos pelas carteiras de Portugal e Espanha, à Arrow Global Limited e à Arrow Global Luna Limited, respectivamente”. Nesta altura, o Banif era já um banco sob o jugo público dada a injecção de 1,1 mil milhões de euros feita pelo Estado através do Ministério das Finanças em Janeiro de 2013 – nesta altura, Maria Luís Albuquerque era secretária de Estado do Tesouro e Finanças, chegando a ministra em Junho de 2013.
(…) Aliás, o país é mesmo um dos destaques no comunicado de resultados de 2015: “Aquisição da Whitestar e Gesphone em Portugal, criando escala e capacidade de gestão em várias classes de activos”. Compras que garantem a “sustentabilidade das receitas no longo prazo”. No documento, em que menciona o “recorde de crescimento” no ano passado, a Arrow fala num investimento total de 216,3 milhões de libras (278 milhões de euros) em 2015: 180,3 milhões de libras representaram aquisições de carteiras. “Durante o ano, fizemos uma série de significativas compras de carteiras em Portugal e na Holanda”.
(…) Em Portugal, temos mais de 650 mil carteiras de clientes”, revela ainda a Arrow Global.
O nome da britânica é desconhecido do grande público mas não do portal Citius, que agrega informações do mundo da justiça em Portugal: a empresa é uma das grandes litigantes no país.
É com esta ligeireza que Pedro Passos Coelho mente aos portugueses que quer governar. Tal como fez em 2011 quando queria o poder. Ou quando em Setembro de 2014 mentiu sobre as suas incompatibilidades parlamentares. Ou quando enrolou o país no embuste da sobretaxa, mesmo em cima das Legislativas. Ou sobre o convite à emigração. São tantas que se torna exaustivo continuar com a lista. E sempre sem um pingo de vergonha na cara. E ainda há quem queira fazer deste indivíduo um herói nacional. Depois ficamos admirados por ser integrar o terceiro mundo dos países industrializados."







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